terça-feira, 21 de junho de 2011

Por que precisamos usar a tecnologia na escola? As relações entre a escola, as tecnologias e a sociedade. (Elida Ramos)

Vivemos numa sociedade onde a informação e a comunicação adquiriram uma enorme importância, e a educação não pode permanecer alheia aos novos meios de processamento, elaboração, armazenamento e distribuição de tal informação, base para posteriores aprendizagens e conhecimentos. A incorporação das novas tecnologias multimídia ao ensino é inevitável, mas terá que fazer-se apoiada em postulados educativos, em abordagens didáticas, em esquemas comunicativos inovadores e multidirecionais. Uma integração satisfatória de novos e variados meios na educação exige, ainda, um professorado conhecedor de suas vantagens e inconvenientes, capaz de assumir as funções que diferentes modelos e situações de aprendizagem lhes exigem.
Quando nós, professores, nos referimos tecnologia na escola, a interpretação mais simplista e talvez também mais freqüente, nos leva a associar as "tecnologias" a esses mais ou menos sofisticados recursos didáticos (computadores, projetores, vídeo interativo, leitores digitais, multimídia...) sobre os quais temos lido e que, segundo dizem, podem ser utilizados no ensino.  O que vem justificar porque nós ainda não dispomos de tais meios, e serve, de certo modo, para tranqüilizar nossa consciência inovadora.
A tecnologia hoje é necessária dentro da escola, para que a mesma não fique fora dos avanços da sociedade que se transforma continuamente através de novos produtos, profissões, técnicas e avanços científicos. É preciso que a escola tenha essa preocupação de inserir a tecnologia na formação dos seus alunos de forma que eles sejam incluídos e não telespectadores. E preciso formar cidadãos aptos a participar da construção da sociedade, porque nessa construção ele será sujeito.
Apesar da realidade atual não nos permitir ser otimista em relação à forma em que a tecnologia tem sido usada dentro da escola, por causa da insuficiência dos instrumentos oferecidos para a educação muitos ainda estão alheios a tal recurso. E outros que embora tenha acesso ainda não produziram o efeito desejado, falta de formação, alienação e indiferença dos seus usuários.
Vários autores seguem o caminho aberto, questionando e propondo o uso da tecnologia para promover compreensão crítica nos alunos, muito além de dar só uma “renovada” nas aulas. Mussio já abordava a necessidade do cidadão poder decidir sobre o que quer ler e ter acesso aos materiais que lhe interessavam e isso se daria com a promoção crítica sobre as tecnologias. Também podemos citar Lévy que em 1993, dizia que para amenizar o grande descompasso e distanciamento entre “a natureza dos problemas colocados à coletividade humana pela situação mundial da evolução técnica e o estado coletivo sobre o assunto", era necessário inventar uma nova sociedade da informação. Logo, nada melhor que a escola, lugar adequado para a promoção da inclusão digital, para que os alunos possam ter acesso desde cedo às novas tecnologias de forma a desenvolver, uma compreensão crítica sobre tais tecnologias, ou seja, dominar uma ferramenta é muito mais do que aprender a usá-la, significa a garantia da possibilidade de se definir conjuntamente o que vamos fazer com elas.
Precisamos considerar que o computador é também uma importante ferramenta pedagógica que pode ajudar a desenvolver o raciocínio das pessoas. Piaget já nos falava que a aceitação de erros é fundamental para a construção significativa e verdadeira do conhecimento. E necessário experimentar, tentar e tentar de novo. Então o professor que vai fazer o uso de novas tecnologias de um modo proveitoso precisa perder o medo de experimentar junto com seus alunos. Não significa o fim da autoridade do professor, mas sim o abandono do autoritarismo que está intrínseco ao ensino das soluções prontas e acabadas, adotadas sem critica nem compreensão. Acreditamos que a aprendizagem significativa e crítica que queremos ver implementadas com as novas tecnologias pressupõem o coletivo, a cooperação entre pessoas e disciplinas e o dialogo franco e livre.
Claudinha.

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