A UNIÃO FAZ A FORÇA
Juntos somos mais fortes. O senso comum é enfático quanto a isso.
Um próspero fazendeiro lá de Minas estava gravemente enfermo. Preocupado com a desarmonia entre seus quatro filhos, resolveu dar-lhes uma lição.
Chamou-os, mostrou-lhes um feixe de gravetos amarrados e disse: "Como vocês sabem, estou doente e posso morrer a qualquer momento. Aquele que conseguir quebrar estes ...gravetos só com as mãos será meu único herdeiro. Os filhos estranharam, mas aceitaram o desafio. Entretanto, nenhum deles conseguiu quebrar os gravetos. Indignados com a tarefa impossível proposta pelo pai, puseram-se a reclamar.
Foi quando o fazendeiro pediu o feixe a anunciou que ele mesmo iria quebrá-lo. Incrédulos, os filhos lhe alcançaram os gravetos e, atônitos,assistiram ao pai que, deitado, foi retirando os gravetos e quebrando-os um a um, para depois concluir:
- Vocês são como este feixe. Enquanto estiverem unidos, sempre poderão contar com o apoio um do outro. Porém, separados, vocês são tão frágeis quanto cada um destes gravetos.
Trata-se apenas de uma fábula, como tantas outras que pregam essa mesma moral: a união faz a força. Mas, se abrirmos os olhos e observarmos ao nosso redor, podemos perceber que essa é uma das verdades menos questionáveis.
Eugênio Mussak)
Estou na greve!
Quando tenho que me definir e preciso usar palavras, gosto de valer-me da definição que Martin Luther King usava para descrever-se: "Não sou o que eu deveria ser. Não sou o que eu queria ser. Não sou o que eu irei ser. Mas, graças a Deus, não sou o que eu era." Essa sou eu. Muito prazer! Quer trocar uma idéia? Está no lugar certo!
terça-feira, 13 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
CASTRO ALVES, O POETA DA ESCRAVIDÃO
O baiano Castro Alves, que morreu no dia 06 de julho de 1871, foi o poeta da luta contra a escravidão no Brasil. Paradoxalmente só em 1883, doze anos após a sua morte, é que foi publicado o livro “Os Escravos”, reunindo as composições anti-escravagistas do poeta, entre elas, os famosos poemas abolicionistas “O Navio Negreiro” e “Vozes d’África”. Ele não foi o primeiro poeta romântico a tratar do tema da escravidão. Antes dele, Gonçalves Dias, Fagundes Varela e outros abordaram a questão. No entanto, nenhum poeta foi mais veemente e engajado à causa social e humanitária do abolicionismo como ele. Castro Alves procurou aprofundar as implicações humanas da escravatura adequando a sua eloqüência condoreira à luta abolicionista. Retrata o escravo de modo romanticamente trágico para despertar a sociedade, habituada a três séculos de escravidão, para o que há de mais desumano neste regime. O maior exemplo deste retrato está em “A Cachoeira de Paulo Afonso”, longo poema narrativo, escrito em 1870, que conta a história de amor de dois escravos, Lucas e Maria, pintada com fortes cores dramáticas.
Estilo romântico
O romântico poeta baiano foi o principal e mais popular representante do estilo romântico que predominou na poesia brasileira entre 1850 e 1870, denominado “condoreiro” por Capistrano de Abreu (1853-1927). É caracterizado por uma poesia retórica, repleta de hipérboles e antíteses, em que se destacam os temas sociais e políticos, principalmente a defesa da abolição da escravatura e a apologia da República.
Os poetas condoreiros foram influenciados diretamente pela poesia social de Vitor Hugo – o Condoreirismo é o hugoanismo brasileiro. De teor declamativo e pendor social, um de seus símbolos mais freqüentes é a imagem do condor dos Andes, pássaro que representa a liberdade da América, o que sugeriu a Capistrano de Abreu a denominação dada ao estilo.
Outros poetas, como Tobias Barreto (1839-1889), José Bonifácio, o Moço (1827-1886) e Pedro de Calasãs (1837-1874) cultivaram e defenderam o condoreirismo enquanto poesia de tese (científica), pública, política, rimando artigos de fundo de jornal, metrificando manifestos do abolicionismo e proclamações republicanas. (Fonte de pesquisa Casa do Bruxo, poesias).
Leia um trecho de “Navio Negreiro”
“…Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?…
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa…
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!…”
EXERCÍCIOS
Interpretação e debate das idéias centrais do poema “Navio Negreiro”.
Responder, por escrito, as seguintes questões de interpretação do poema:
A- Faça o vocabulário das palavras desconhecidas.
B- Castro Alves inicia uma das estrofes do seu poema dizendo “Stamos em pleno mar, era um sonho dantesco...”. Explique o significado da expressão “sonho dantesco” utilizada pelo autor, relacionando-a à idéia central do poema.
C- Faça uma síntese das idéias centrais do poema, as quais permitem entender a visão que o poeta Castro Alves tinha a respeito do tráfico de escravos e da escravidão.
D- Antônio de Castro Alves viveu em um contexto no qual a escravidão era ainda um dos pilares da sociedade brasileira. Você diria que o autor expõe, através do poema, o que pensava a respeito da escravização de negros africanos no Brasil da sua época? Justifique sua resposta com argumentação clara e consistente.
Bom estudo!
Claudinha.
DRUMMOND
Aquele casal
Aquele casal, o marido me honra com suas confidências:
– Ultimamente, a Elsa anda um pouco estranha. Não sei o que é, mas não me agrada a sua evolução.
– Como assim?
– Deu para usar estampados berrantes, de mau gosto, ela que era tão discreta no vestir.
– É a moda.
– Pode ser o que você quiser, porém minha mulher jamais se permitiu esses desfrutes.
– Deixe Dona Elsa ser elegante. Não há desfrute em seguir o figurino.
– Se fosse só o figurino. São as maneiras, os gestos.
– Que é que tem as maneiras, os gestos?
– A Elsa parece uma menina de quinze anos. Ficou com os movimentos mais leves, um ar desembaraçado que ela não tinha, e que não vai bem com uma senhora casada.
– Posso dar opinião? As senhoras casadas não perdem a condição feminina, e pode até realçá-la por uma graça experiente.
Fixou-me suspeitoso:
– Que é que está insinuando?
– Nada. A mulher casada desabrochou, não é mais um projeto, pode revelar melhor o encanto natural da personalidade.
– Pois fique com suas teorias, que eu não quero saber de minha mulher revelar seu encanto a ninguém.
– Perdão, eu…
– Já sei. Estava querendo desculpar a Elsa.
– Desculpar de quê?
– De tudo que ela vem fazendo.
– Eu ignoro tudo, e adivinho que não há nada senão…
– Senão o quê?
– Aquilo que o dicionário chama de ente de razão, uma fantasia completamente destituída de razão.
– Acha então que estou maluco?
– Acho que está sonhando coisas.
– E a flor que ela trouxe ontem para a casa é sonho? Me diga: é sonho?
– Que é que tem trazer uma flor para casa?
– Veio do oculista e trouxe uma rosa. Acha direito?
– Por que não?
– Eu apertei, ela me disse que foi o oculista que deu a ela. Estava num vaso, ela achou bonita, ele deu.
– E daí?
– Então uma senhora casada vai ao oculista e o oculista lhe dá uma rosa? Que lhe parece?
– Que ele é gentil, apenas.
– Pois eu não vou nessa gentileza de oculista. Não há rosas nos consultórios de oftalmologia. E que houvesse. Tem propósito uma coisa dessas? Ela acabou chorando, dizendo que eu sou um bruto, um rinoceronte. Engraçado. Minha mulher vem com uma rosa para casa, uma rosa dada por um homem, e eu não devo achar ruim, eu tenho que achar muito natural.
– Desde quando é proibido uma senhora ganhar flor de uma pessoa atenciosa? Que sentido erótico tem isso?
– Tem muito. Principalmente se é rosa. Ora, não tente negar o significado das ordens florais entre dois sexos. O oculista não podia dar essa flor, nem ela podia aceitar. O pior é que não deve ter sido o oculista.
– Quem foi, então?
– Sei lá. Numa cidade do tamanho do Rio, posso saber quem deu uma rosa a minha mulher?
– Vai ver que ela comprou na loja de flores da esquina, e disse aquilo só para fazer charminho.
– Ela nunca fez isso. Se fez agora, foi para preparar terreno, quando chegar aqui uma corbelha de antúrios e hibiscos.
– Não diga uma coisa dessas.
– Digo o que penso. Estou inteiramente lúcido, só me conduzo pelo raciocínio. Repare no encadeamento: os vestidos modernos; os modos (só vendo a maneira dela se sentar no sofá); a rosa, que ela foi correndo levar para a mesinha de cabeceira do quarto. Cada uma dessas coisas é um indício; reunidas, são a evidência.
– Permita que eu discorde.
– Discorda sem argumentos. A Elsa não é mais a Elsa. Demora mais tempo no espelho. Fica olhando um ponto no espaço, abstrata. Depois, sorri. Estou decidido.
– A quê?
- Não vai ter prova nenhuma, juro. Ponho a mão no fogo por Dona Elsa.– Ultimamente, a Elsa anda um pouco estranha. Não sei o que é, mas não me agrada a sua evolução.
– Como assim?
– Deu para usar estampados berrantes, de mau gosto, ela que era tão discreta no vestir.
– É a moda.
– Pode ser o que você quiser, porém minha mulher jamais se permitiu esses desfrutes.
– Deixe Dona Elsa ser elegante. Não há desfrute em seguir o figurino.
– Se fosse só o figurino. São as maneiras, os gestos.
– Que é que tem as maneiras, os gestos?
– A Elsa parece uma menina de quinze anos. Ficou com os movimentos mais leves, um ar desembaraçado que ela não tinha, e que não vai bem com uma senhora casada.
– Posso dar opinião? As senhoras casadas não perdem a condição feminina, e pode até realçá-la por uma graça experiente.
Fixou-me suspeitoso:
– Que é que está insinuando?
– Nada. A mulher casada desabrochou, não é mais um projeto, pode revelar melhor o encanto natural da personalidade.
– Pois fique com suas teorias, que eu não quero saber de minha mulher revelar seu encanto a ninguém.
– Perdão, eu…
– Já sei. Estava querendo desculpar a Elsa.
– Desculpar de quê?
– De tudo que ela vem fazendo.
– Eu ignoro tudo, e adivinho que não há nada senão…
– Senão o quê?
– Aquilo que o dicionário chama de ente de razão, uma fantasia completamente destituída de razão.
– Acha então que estou maluco?
– Acho que está sonhando coisas.
– E a flor que ela trouxe ontem para a casa é sonho? Me diga: é sonho?
– Que é que tem trazer uma flor para casa?
– Veio do oculista e trouxe uma rosa. Acha direito?
– Por que não?
– Eu apertei, ela me disse que foi o oculista que deu a ela. Estava num vaso, ela achou bonita, ele deu.
– E daí?
– Então uma senhora casada vai ao oculista e o oculista lhe dá uma rosa? Que lhe parece?
– Que ele é gentil, apenas.
– Pois eu não vou nessa gentileza de oculista. Não há rosas nos consultórios de oftalmologia. E que houvesse. Tem propósito uma coisa dessas? Ela acabou chorando, dizendo que eu sou um bruto, um rinoceronte. Engraçado. Minha mulher vem com uma rosa para casa, uma rosa dada por um homem, e eu não devo achar ruim, eu tenho que achar muito natural.
– Desde quando é proibido uma senhora ganhar flor de uma pessoa atenciosa? Que sentido erótico tem isso?
– Tem muito. Principalmente se é rosa. Ora, não tente negar o significado das ordens florais entre dois sexos. O oculista não podia dar essa flor, nem ela podia aceitar. O pior é que não deve ter sido o oculista.
– Quem foi, então?
– Sei lá. Numa cidade do tamanho do Rio, posso saber quem deu uma rosa a minha mulher?
– Vai ver que ela comprou na loja de flores da esquina, e disse aquilo só para fazer charminho.
– Ela nunca fez isso. Se fez agora, foi para preparar terreno, quando chegar aqui uma corbelha de antúrios e hibiscos.
– Não diga uma coisa dessas.
– Digo o que penso. Estou inteiramente lúcido, só me conduzo pelo raciocínio. Repare no encadeamento: os vestidos modernos; os modos (só vendo a maneira dela se sentar no sofá); a rosa, que ela foi correndo levar para a mesinha de cabeceira do quarto. Cada uma dessas coisas é um indício; reunidas, são a evidência.
– Permita que eu discorde.
– Discorda sem argumentos. A Elsa não é mais a Elsa. Demora mais tempo no espelho. Fica olhando um ponto no espaço, abstrata. Depois, sorri. Estou decidido.
– A quê?
– Pensei que você fosse meu amigo. Fiz mal em me abrir. Vamos mudar de assunto que ela vem chegando. Mas repare só que os olhos de Capitu que ela tem, eu nunca havia reparado nisso.!
Esquecia-me de dizer que meu amigo tem 82 anos, e Dona Elsa, 79.
MAGNÍFICO!
BOA SEMANA!
MULHERES
A propósito do Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta-feira (08.03), vale ler e reler o poema sobre elas do chileno Pablo Neruda. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) no século passado, tem a ver com a discriminação contra as mulheres ao longo da história. As mulheres do Século XVIII, por exemplo, eram submetidas a um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais.
Assim é que o Dia Internacional da Mulher está intimamente ligado aos movimentos feministas que buscavam mais dignidade para as mulheres e sociedades mais justas e igualitárias. É a partir da Revolução Industrial, em 1789, que estas reivindicações tomam maior vulto com a exigência de melhores condições de trabalho, acesso à cultura e igualdade entre os sexos.
As operárias desta época eram submetidas à um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais.
As tecelãs de Nova Iorque
Dentro deste contexto, 129 tecelãs da fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, decidiram paralisar seus trabalhos, reivindicando o direito à jornada de 10 horas. Era 8 de março de 1857, data da primeira greve norte-americana conduzida somente por mulheres. A polícia reprimiu violentamente a manifestação fazendo com que as operárias refugiassem-se dentro da fábrica. Os donos da empresa, junto com os policiais, trancaram-nas no local e atearam fogo, matando carbonizadas todas as tecelãs.
Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi proposto que o dia 8 de março fosse declarado Dia Internacional da Mulher em homenagem às operárias de Nova Iorque. A partir de então esta data começou a ser comemorada no mundo inteiro como homenagem as mulheres.
“Mulheres”
Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam “não” como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.
E VIVA AS MULHERES!
BJIM!
quinta-feira, 8 de março de 2012
DIA INTERNACIONAL DA MULHER: DIA DE LUTA...TODOS OS DIAS!
Olá!
Quero começar dizendo que sou feminista. Mas defino o feminismo assim: Feminismo é um movimento para acabar com o sexismo, com a exploração sexista, e com a opressão. Perceba que em nenhum lugar na definição consta que o feminismo odeia homens ou quer acabar com eles. Acabar com o sexismo é bem diferente de acabar com os homens. É além disso. A...s feministas não querem apenas mais direitos dentro do sistema - elas querem transformar o sistema. Feminista não é um bicho peludo e bigodudo que detesta homens. São mulheres dispostas a viverem com homens na sociedade livres de preconceitos e perseguições de todo o tipo!
Defendo que, sem o envolvimento de homens como aliados do feminismo, o movimento não progride. Homens precisam repensar o modelo de masculinidade que querem seguir. Precisam confrontar os inúmeros problemas que o sexismo causa também a eles. E que tod@s nós, mulheres e homens, devemos confrontar o sexismo que está internalizado dentro da gente. Isso inclui nós feministas. Fomos socializadas como mulheres pelo pensamento patriarcal para nos vermos como inferiores aos homens, para nos vermos em competição umas com as outras por aprovação patriarcal, para nos olharmos com inveja, medo, e ódio. O pensamento sexista nos fez julgar sem compaixão e punir duramente umas as outras. O pensamento feminista nos fez desaprender este auto-ódio imposto.
Mas hoje é Dia Internacional das Mulheres, não necessariamente das feministas. E, como tudo no mundo, a data foi banalizada pelo capitalismo. Pra muita gente que não tem contato com o feminismo, virou dia de mulher receber uma rosa e ouvir um "parabéns por ser mulher" . E, bem no nosso dia, ouvimos as mensagens que refoçam os estereótipos, como "Mulher, você é a coisa mais linda do universo, porque você cria a vida" (uma só frase pra lembrar nossos dois papéis na sociedade: sermos decorativas e sermos mães).
E é por isso que o feminismo é fundamental. Pra lutar. Pra fugir do senso comum. Hoje é uma data importantíssima pro feminismo, com eventos, celebrações e reivindicações por todo o Brasil. A data é uma conquista do feminismo, não do capitalismo distribuidor de rosas que diariamente nega e reforça o sexismo.
O que também quero dizer é que já passou da hora de não sermos só doces e delicadas como rosas. O nosso feminismo tem espinhos. Comemoramos o Dia Internacional da Mulher sem esquecer nem por um minuto que todo dia é dia de lutar por um mundo melhor.
Parabéns a tod@as nós!
Quero começar dizendo que sou feminista. Mas defino o feminismo assim: Feminismo é um movimento para acabar com o sexismo, com a exploração sexista, e com a opressão. Perceba que em nenhum lugar na definição consta que o feminismo odeia homens ou quer acabar com eles. Acabar com o sexismo é bem diferente de acabar com os homens. É além disso. A...s feministas não querem apenas mais direitos dentro do sistema - elas querem transformar o sistema. Feminista não é um bicho peludo e bigodudo que detesta homens. São mulheres dispostas a viverem com homens na sociedade livres de preconceitos e perseguições de todo o tipo!
Defendo que, sem o envolvimento de homens como aliados do feminismo, o movimento não progride. Homens precisam repensar o modelo de masculinidade que querem seguir. Precisam confrontar os inúmeros problemas que o sexismo causa também a eles. E que tod@s nós, mulheres e homens, devemos confrontar o sexismo que está internalizado dentro da gente. Isso inclui nós feministas. Fomos socializadas como mulheres pelo pensamento patriarcal para nos vermos como inferiores aos homens, para nos vermos em competição umas com as outras por aprovação patriarcal, para nos olharmos com inveja, medo, e ódio. O pensamento sexista nos fez julgar sem compaixão e punir duramente umas as outras. O pensamento feminista nos fez desaprender este auto-ódio imposto.
Mas hoje é Dia Internacional das Mulheres, não necessariamente das feministas. E, como tudo no mundo, a data foi banalizada pelo capitalismo. Pra muita gente que não tem contato com o feminismo, virou dia de mulher receber uma rosa e ouvir um "parabéns por ser mulher" . E, bem no nosso dia, ouvimos as mensagens que refoçam os estereótipos, como "Mulher, você é a coisa mais linda do universo, porque você cria a vida" (uma só frase pra lembrar nossos dois papéis na sociedade: sermos decorativas e sermos mães).
E é por isso que o feminismo é fundamental. Pra lutar. Pra fugir do senso comum. Hoje é uma data importantíssima pro feminismo, com eventos, celebrações e reivindicações por todo o Brasil. A data é uma conquista do feminismo, não do capitalismo distribuidor de rosas que diariamente nega e reforça o sexismo.
O que também quero dizer é que já passou da hora de não sermos só doces e delicadas como rosas. O nosso feminismo tem espinhos. Comemoramos o Dia Internacional da Mulher sem esquecer nem por um minuto que todo dia é dia de lutar por um mundo melhor.
Parabéns a tod@as nós!
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